quinta-feira, 9 de setembro de 2010

quando de longe me chamares



é assim, então?
jogas em mim esta luz,
estes véus, estes fios e
te escondes mais adiante
na lonjura dos dias que te carregam!
as nuvens abanam, posso ver...
te atreves tanto... até peixinhos
colocas no céu a zombar dos meus
dias sombrios,
estes dias que não passam!
sabes? dói esta claridade com que mostras
o mundinho em que vivo.
No entanto me prendo firme nos fiapinhos.
Sei que a raiz da figueira começa com
uma raizinha assim, ó, como o fio do meu cabelo
onde gostas de passar a mão.
Sei também que tudo isso se prende ao chão
e que tudo o mais se prende na luz,
e que jamais deixarás que eu me solte,
que não volte os olhos
quando de longe me chamares

Um comentário:

  1. Olá,
    conheci este poema na galeria do Luiz Carapeto.. Gostei muito, viu!
    Parabéns!
    marlene

    ResponderExcluir