segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

quando olho



no tempo parado
olhando a noite,
vago em cada lua

mágica
feita de luz

crescente sobe
só se sabe cheia
quando olho

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

sonho

"O sonho pelo qual brigo
exige que eu invente em mim
a coragem de lutar ao

lado da coragem de amar"

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

água de beber

apressa-te...


"Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida."

enfants sur la route!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010


estou sem nenhum propósito para hoje,
nem para amanhã, nem depois de amanhã,
só penso no Haiti, só penso...

domingo, 10 de janeiro de 2010

Saramago


Oculta consciência de não ser, Ou de ser num estar que me transcende, Numa rede de presenças E ausências, Numa fuga para o ponto de partida: Um perto que é tão longe, Um longe aqui. Uma ânsia de estar e de temer A semente que de ser se surpreende, As pedras que repetem... as cadências Da onda sempre nova e repetida Que neste espaço curvo vem de ti.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

você

você chama ama afasta liga trepa engancha canta tropeça chora bebe amanhece some voa vai
você ouve pergunta brilha engancha completa branqueia sua some beija nada tosse contraria
você anda aponta pesca arrasta inclui diverge engancha fere nega aposta engana deseja escapa
você bebe tropeça engancha quebra voa esfarela em mil pedacinhos e me deixa eu asa partida


viu quanto beijo
a gente se deu?
quanta coisa
entre você e eu?
viu, foi azul e terra com o sol no meio!

Pensador

Pobre ser pensante
engolindo mate e tinta,
mastigado na impressora
cuspido pela tecla COR

afogado no temporal
despencado da ponte
pobre meu ser a matear

Se pensamento valesse
o sol não mataria
a água, só prá beber!
O homem para cuidar
da terra, do mar, do ar
como se fosse o amor da sua vida,
seu destino, sua sina!

Mas que tal?
Um punhado de moedas
traiu um só homem.
Quantas se precisa pela humanidade?

Fico aqui a matear, a pensar...

TE SACODE MULHER!
FAZ ALGUMA COISA!
Vai lá dentro, apaga a luz,
conserta a torneira, troca a geladeira!
Bota a boca no trombone, ah...não esquece do meu mate!

Boca do Diabo


Ali onde o mar ardia
no vau encapelado das ondas
um anjo barroco sumiu.

Ventaram réplicas aos céus
súplicas vãs vadias,
nada trouxe o dia.

Na rocha partida,
incandescente flecha
o anjo era eros,

Dormia inocente,
enquanto no mar,
meu amor se perdia.

minha comadre florzinha




terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Nosso Manifesto Inconstante



Querido amigo, querida amiga,

Se você vive, como nós, no planeta Terra,
certamente percebeu que certas coisas estão mudando. E muito rápido.
Você certamente percebeu que, aqui no chamado Sul do planeta, nos últimos tempos, choveu demais, fez frio e calor demais, ventou demais... e muita gente sofreu com isso, e muita gente continua e continuará sofrendo com essas mudanças. E isso não aconteceu só aqui, mas por todos os lugares, de formas diferentes...
Se você é terráqueo, como nós, você certamente sabe que muitas pessoas são pobres, muitas pessoas não tem seus direitos mais básicos respeitados, muitas são vítimas de diversas formas de violência, e muitas são as pessoas que sequer tem consciência de que a vida poderia ser diferente, e que bastaria um pequeno esforço de todos para mudar tudo isso.
Se você é pai ou mãe de um filho ou de uma filha, você certamente preocupa-se ao pensar no futuro de seu filho ou de sua filha, porque percebe que a incerteza projeta sua sombra até sobre a pessoa mais otimista. E se você é uma criança ainda, ou se já chegou na adolescência, é bem possível que esteja pensando que um dia você será pai ou mãe de uma outra criança, dando continuidade aquilo que seus pais e seus avós e seus bisavós sonharam e esforçaram-se em realizar.
Se você, amigo, amiga, terráqueos, vive em uma das muitas cidades deste planeta, certamente sabe que a cidade nem sempre é justa com todos os seus habitantes, e há os que vivem muito bem, e há os que vivem mal, e há os que sobrevivem das sobras dos que vivem bem.
E se você anda pelas ruas dessas cidades, certamente já pôde compreender que nem todos os terráqueos nascem com saúde perfeita, e muitos dos habitantes deste planeta, ou não podem andar, ou não podem ver, ou escutar, ou, simplesmente, não podem perceber e interagir com o mundo do mesmo modo como nós e você estamos acostumados a fazer.
Se você é, como acreditamos que seja, uma pessoa "humana", ou seja, um terráqueo que usa sua cabeça para pensar as coisas a sua volta, você, com certeza, já pensou que algumas coisas tem que mudar, e mudar.muito rapidamente, para que o planeta chamado Terra possa voltar a sentir-se saudável e para que as pessoas e todos os bichos e todas as plantas possam co-existir no extraordinário exercício da harmonia.
Se você, querido amigo, querida amiga, faz parte deste mundo, haverá de saber que a diferença, por mais diferentes que sejamos entre nós, é exatamente a força que nos torna iguais.
Sendo você um terráqueo como nós, temos certeza que você já andou pensando bastante nessas coisas todas, e está fazendo coisas para mudar o que está errado. Ou deseja mudar as coisas mas não sabe muito bem como começar. Ou, ainda, mesmo sentindo que algo precisa mudar, deixa a vida passar por não saber exatamente o que fazer.
Queremos ser melhores terráqueos, e acreditamos que você também.
Por isso, inclua em sua lista de presentes de Natal, uma coisinha para o planeta Terra. Para que a Terra sinta-se um pouquinho mais feliz, e para que a felicidade do Natal possa ser compartilhada por mais e mais terráqueos.
E, quanto ao Ano Novo, faça-o verdadeiramente novo! Faça de seu lugar no mundo, um lugar de mudança.
Nós aqui, sabendo que é bem difícil, queremos ser diferentes, isto é, viver na contra-mão da indiferença.

Por isso, desejamos a todos os nossos amigos e amigas um 2010 diferente de todos os outros "novos anos".
Desejamos um ano novo em que sejamos mais iguais na afirmação de nossas identidades, mais solidários, mais conscientes, mais gentis, mais criativos, mais felizes!

São os desejos dos terráqueos

Gustavo e Leandro Andrade

porto

o mar azul atrás

vejo o mar azul atrás


parto
o raio lança contrários na cópia
há silêncios demais nas metades
esfrego o gomo na córnea opaca
vejo o mar azul atrás