quarta-feira, 26 de maio de 2010

quatro estações



enquanto a lua plana
o rio se agita numa ponta
de papel
as quatro estações chegam juntas
varrendo a lógica do tempo

viro pro outro lado
do horizonte
ouvindo a promessa

a linha muda de lugar
há risadas no ar frio do entardecer
a voz continua ecoando
e a coberta não serve para o tamanho
da luz
fecho os olhos para descobrir
a beira do infinito

espero
há vigília no abraço que chega
e chamas entre todos os espaços
abarco
o olhar da chegada
adivinho as noites em que entreguei
o corpo ao sono depois de mim

na margen oscilante do rio
a lua não dá trégua e invade
os poros da noite
desenho no horizonte
as palavras do dia
guardo
as quatro estações dentro
depois de findar o eco

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