quarta-feira, 21 de abril de 2010

CICUTA


Este é um bom coquetel
para quem ficar na escuta
de uma história de aluguel
cuja dama, de repente,
fez da vida um bordel,

- cicuta, cicuta-

Foi o que bebeu em cena
o antigo grego que vacilou,
de pena, sua mulher alcançou
um corno com o veneno
- beba logo, não discuta...

-cicuta, cicuta-

Servido numa guampa
finamente decorada,
acompanhada de um prato
com fio de ouro e pó xadrês
ri-do-rato e era uma vez...

-cicuta, cicuta-

E assim seguiu a dama,
desfiando o seu cordel,
a buscar outro lugar,
Paris ou Madagascar...
A policia nem vai achar
vestigios desta biruta

-cicuta, cicuta-

Na estrada achou um turco
que teimou em lhe encantar
com aquela adaga curva,
uma cobra em seu alguidar,
que a flauta ociosa disputa
acima de tudo tocar

-cicuta, cicuta-

Nesta vida errante
nem sangue lhe cura,
nem remorso lhe turva,
tudo parece normal!
Mesmo o olhar no espelho
a lhe cutucar

-sua puta, sua puta!-

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