sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Nahr el Bered


Melhor não!
Seria como lamber o chão onde me vomitei,
melhor não!
A carne arderia duas vezes na mesma
alma.
Melhor não!
Apagaria todo o sol,
esta chaga aberta com o fogo da tua palavra,

Como no campo de Nahr el Bered no
amanhecer,
como a cinza na devastação,
só nuvens e carne putrefata.

Nenhum anjo sobrevoaria,
nenhuma asa tocaria
o rosto opaco do abandono.

Mil mundos passariam,
juntaria a memória do deserto e morreria de sede...
Nenhum rosto para beber neste mundo.

Melhor não!

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