sexta-feira, 27 de agosto de 2010

" de guaxos e de sombras"


falta-me calma,
minh'alma nervosa
confunde tudo,
quero só um cavalo,
dos tempos do pampa profundo,
um crioulo sem fronteiras
para pelear no livro da Joana,
um que carregue histórias e sombras,
um que reconheça párias e guaxos,
que no limite das águas seja como o vento
sem dono,
um don segundo para correr livre
do meu desenho tosco.

alguém aí tem idéia de crina e cola,
coração de coxilha, imensidão e leveza...
sigo no trote curto apertado da montaria.
no grafite cerro as lembranças de don luiz,
conhecia o chá dos índios e da India
só lembrança china

solto a alma no arreio, no assento pelego
pego carona e lá se vão arroios, mutucas e verões.

algém tenha dó, já não lembro dos séculos
sem fronteiras, nem das bandeiras que se moveram
aqui e ali, condundindo minha pátria,

quero muito um desenho leve, azul,
mas encontro a solidão, a sombra alongada
desta alma guaxa.

vou lá dentro arrumar o mate e já volto!

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