neste banco de jardim de todo dia,
xícara na mão, sabiá no galho
o destino se desata,
estanca o caminho da formiga
com a queda da flor do abacateiro,
não mais será fruto nem confirmação de rainha,
na coroa venta, sem previsão de chuva,
desanda nuvem, sol que arde, som de buzina
mistura toada de bem-te-vi com o martelo do vizinho,
luz uma faísca no muro branco,
tem uma chance da paz ser caminho
neste sul de folhas, a respiração vem do chão,
todas as casas sacodem seus danos,
no meio fio, no fim da rua, levantam homens,
sacos plásticos, panos, espelhos na calçada,
o desatino de se mirar no reflexo humano
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