segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

JADE


Pato laqueado
jade invade
já de partida
para verdes

PRATO



Pato no prato
pintado como auto retrato
pinceladas bem temperadas
a duras penas





sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

La fille sur le Pont



Who will take my dreams away?


I can't give you all my dreams
Nor the life I live.
You and I know what friendship means,
That's all we got to give.

Who will take your dreams away
Takes your soul another day.
What can never be lost is gone,
It's stolen in a way.

Please, don't stand too close to me,
Can you hear my heart ?
Take my warmth and lean on me
When we're not apart.

Now our mission is accomplished
And our friends are hid.
Evil things brought down by the light,
Life goes on until the end.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

percepções












percebo a claridade no teu rosto:
uma luz vem do trigal,
se acomoda na brisa à tua volta,

(teus filhos colhendo espigas,
brincando de indio nos teus cabelos)

nesta luz te recebo,
de mãos dadas com tudo o que captas,
o ouro do chão, a gastura da terra,
a água lisa da lagoa, o barco com nome utopia
voos no azul, migração de estrelas,
enluaradas mãos calejadas equilibrando piruetas,

respirando, suspenso, paralisado, atento,
ao segundo
história legitimada,

assim tens, num clicar,
que te custou a viagem,
o naufrágio, a margem sinistra,
tens inteira, imagem, ofício
início

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

istambul



onde estaria, senão em istambul?

onde romperia tratados, senão em saunas da velha cidade, murando a mornidão verpertina?
brusco seio em bósforo, signo perdido no oriente, riscando paredes existenciais,
exibindo-se para para homero e horacio, homens de velas e cáftans
heranças que a lua belisca na pequena esmeralda

os tratados dividiram o que os tolos assinaram;
entre dois nao há linhas,
há superficies tocando a pele mansa, da mesma lua de pontas



cortante ocidente,
afia garras crescentes no brilho de urano,
lava templos inabitados, e
quando cresce, lua e lábio,
istambul,

hora sábia
branca liquida carne, derramada cheia,
aponta a passagem esmeralda

bósforo não finda,
acolhe o mar,
atira no átimo múltiplas
istambul istambul
pequenas contas de luz no fio
tomado o templo,
deusa humus
contrai o mito, esvai
ainda graal
unida nas graças do istmo,

istambul
e a lua, belisca com suas pontas crescentes.
lava
hora sábia
liquido ocidente dentro
em istambul

quarta-feira, 12 de outubro de 2011