terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Iemanjá
Quando falares com ela, a Rainha do Mar,
não esquece de colocar um barco com flores,
perfume, pente e missangas e um desejo.
Deve ser doce, como os óleos que passarei no teu corpo,
deve ser terno como a minha mão na tua pele,
ardente como a espera de um marinheiro no cais,
perfumado pelo suor do teu abraço,
forte como a palavra que guardo e digo,
derramada inteira, na hora do gozo.
Mas se não quiseres falar, cala.
Faz esquecer as horas que não tivemos,
das risadas por nada e dos dias de marujo.
Fica quieto, mudo como um caracol,
lento como a lua cheia, invisível e leve,
dissolve as noites junto do vento sul.
Levada pelo mar, morrerei de cansaço, mas...
manterei postura altiva e olhar perdido
no pedido de um outro Ano Novo.
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Poesia
Mesmo que não haja terra,
além do abismo que o mar esconde,
mesmo que o sonho vire vento
assombrando lago e ilha,
e o azul assinale o fim,
tens a mim, líquida e terna.
Entre o sal e o rio onde
sombras beiram os medos, entro.
Te rodeio oculta, submersa quilha,
tens a mim!
Assim te quero, e por querer,
assim me queres, como sombra,
sob tua clareza e verdor,
coração único, sim.
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
El mar
Antes que el sueño (o el terror) tejiera
Mitologías y cosmogonías,
Antes que el tiempo se acuñara en días,
El mar, el siempre mar, ya estaba y era.
¿Quién es el mar? ¿Quién es aquel violento
Y antiguo ser que roe los pilares
De la tierra y es uno y muchos mares
Y abismo y resplandor y azar y viento?
Quien lo mira lo ve por vez primera,
Siempre. Con el asombro que las cosas
Elementales dejan, las hermosas
Tardes, la luna, el fuego de una hoguera.
¿Quién es el mar, quién soy? Lo sabré el día
Ulterior que sucede a la agonía.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Metade
sábado, 11 de dezembro de 2010
Satélite & Lira
Satélite e lira,
Vê a sina, a minha aflição...
Cresce na luz prata que a nuvem cobre.
A ausência que fazes, meu namorado,
No escuro da noite em torno dos dias.
As noites em claro, janelas sem primavera...
Em toda a flor que não nasce, porque não estás.
Vê, meu amado, quero de novo as noites de noiva,
As horas de paixão!
Na mira da chuva o estalido abafa,
Rebenta a corda num alto dó.
E só minha canção, lua sem coração,
Se alteia na paisagem nua.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
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