domingo, 22 de maio de 2016

como ficam os sonhos depois de sonhados?
perdem a cor, escapam no vão do dia começado?
passam rentes aos desejos alcançados?


Rêver

na palavra revejo,
como rever fosse não terminar
de pulsar na insônia ancestral,
onde caminho
há sonho

quarta-feira, 18 de maio de 2016

adeus 
minha flor,
e todas as folhas,

junto na mão, a esmo
pétalas e o mundo bom

basta a calma e a imensidão,
iluminada desta passagem

segunda-feira, 16 de maio de 2016


adeus amor da tarde,
e assim me vejo na vertigem do abismo,
cálida carne, antigo som, 

digo medo, 
tremo,
explico à alma o longo dardo, 

eco jogado antes, muito antes, bem antes
sob a luz 

agora na noite, a boa noite, o bom dia, a boa tarde
findam na sorte

na palavra revejo,
como rever fosse não terminar
de andar e andar e andar
onde não há mais 


amor da tarde
assim me vejo na vertigem do abismo
e do silencio,
cálida carne, antigo som

digo medo,
digo desejo,
tremo,
explico à alma o longo dardo

eco jogado antes, muito antes, bem antes
sob a luz,
a mesma luz que brilhou no corpo
amoroso gesto
a dançar no abraço

agora na tarde, a boa tarde, a boa noite, o bom dia
que todos os pássaros cantem a sorte de amar